O rápido desenvolvimento tecnológico dos últimos anos trouxe a proporções astronômicas uma realidade que já existia há muito tempo: a influência mútua entre arte e tecnologia. Desde os tempos mais remotos, arte e tecnologia caminham juntas, se beneficiando das conquistas evolutivas uma da outra. Artistas sempre beberam da fonte da tecnologia para criar obras surpreendentes, originando uma tendência crescente nos últimos anos, a arte digital.
Da mesma forma, profissionais da tecnologia utilizam recursos artísticos para desenvolver todo tipo de dispositivo, plataforma e interface, cada vez mais impactantes e atrativos. A cumplicidade entre arte e tecnologia chegou a tal nível que, atualmente, praticamente qualquer pessoa na posse de um smartphone é capaz de criar uma obra de arte, por meio de recursos audiovisuais e o auxílio de aplicativos e ferramentas.
Não à toa, existe uma data que celebra os dois conceitos como um só: o Dia da Cultura e da Ciência. Por ser uma combinação tão forte, muito se fala sobre a influência da tecnologia na arte, com destaque para artistas como Marina Abramovic, que recentemente expôs obra inédita com o mesmo tema (veja mais sobre isso aqui). Neste artigo, a Brintell quer explorar o outro lado (menos discutido) desta dicotomia: a influência da arte na tecnologia. Aqui, você vai ver quatro momentos em que a arte está presente na tecnologia e que você provavelmente nem percebeu.
Quando você compra um iPhone
Ao navegar por um iPhone pela primeira vez, você provavelmente pensou “nossa, que bonito”, não é? Não é à toa que a Apple se tornou uma das empresas de tecnologia mais consumidas do mundo, revolucionando o mercado para sempre. Entre softwares inovadores e um marketing muito bem feito, o design impactante também foi instrumento essencial para o sucesso dos produtos da Apple.
Na época do nascimento da empresa, as outras companhias de tecnologia não estavam preocupadas se seus produtos eram bonitos ou agradáveis aos olhos. Daí, veio a Apple com aparelhos compactos, em cores pastéis, feitos de materiais suaves e com interfaces muito mais fáceis de navegar. Dizem por aí que quando era vivo e comandava a empresa, Steve Jobs gritava aos desenvolvedores: “façam menor, façam menor!”, pois quanto mais compacto, mais atrativo era o produto.
De lá para cá, apesar da óbvia evolução tecnológica e visual dos smartphones e computadores, até hoje a Apple mantém a mesma linha de design: minimalista, clean, sofisticada. A influência artística é tão grande que o design é um dos grandes responsáveis pelo status que a marca carrega consigo. É quase automático pensar que se você tem um iPhone, você é “chique e bem de vida”, não é?
Quando você escuta música
Que a indústria musical mudou muito com a evolução da tecnologia, todo mundo sabe. Hoje, é muito mais comum escutar música por meio de serviços de streaming, disponíveis na palma da mão, do que em um rádio ou CD. Mas e quando a música influencia diretamente no desenvolvimento de um software?
Em 2016, o site de streaming Spotify combinou a criatividade humana e o ápice da tecnologia ao lançar uma música de rap criada inteiramente por um programa de inteligência artificial. Para criar a canção, o programa utilizou letras e manuscritos deixados pelo rapper Sabotage, falecido em 2003. Parece enredo de filme de ficção científica, não é?
Na época, a empresa responsável pelo desenvolvimento da inteligência artificial foi a Kunumi, que trabalhou com a família do rapper para realizar a curadoria e aprovação do material. Essa experiência inovadora e muito emocionante ficou registrada em um documentário produzido pelo próprio Spotify e que está disponível no YouTube.
Quando você joga um jogo
Se você é do tipo que gosta de jogos de última geração, deve ter ficado impressionado com as atualizações visuais mais recentes de jogos como Fifa e Street Fighter. Os personagens e cenários de jogos de console estão cada vez mais realistas, a ponto de algumas cenas parecerem tiradas diretamente de um filme.
Se fizermos uma comparação entre jogos tradicionais, como o Mario, e os lançamentos mais recentes, a evolução é clara. Mas você sabia que esses gráficos de “cair o queixo” dependem de horas e horas de programação? Trata-se de um trabalho extremamente minucioso que se tornou uma das profissões mais cobiçadas no mundo dos games: o artista de jogos.
As ferramentas de trabalho de um artista de jogos incluem diferentes softwares de criação de arte digital, como os de modelagem 3D e ilustração. Alguns jogos podem exigir até mesmo a utilização de instrumentos artísticos mais tradicionais, como desenho e pintura. Os artistas de jogos parecem unir perfeitamente o melhor dos dois mundos ao criar cenários e personagens de altíssimo impacto visual por meio da tecnologia.
A Brintell acredita, inclusive, que a profissão é uma das tendências para os próximos anos. Com o crescimento exponencial dos games e o fortalecimento do conceito de gamificação, as oportunidades relacionadas à área devem se multiplicar no Brasil e no mundo.
Quando você compra um carro
Alguns carros lembram, de fato, obras de arte: desde os automóveis vintage dos anos 50 e 60, que esbanjam charme, até o modelo mais recente e atrativo da Ferrari. Mas quando se trata de tecnologia automotiva, é seguro dizer que a Tesla é uma das empresas mais inovadoras e revolucionárias da atualidade, com veículos elétricos que se dirigem sozinhos e conversam com o motorista.
E aparentemente, para a Tesla, o design dos carros é também uma questão de mercado. Em janeiro de 2020, Elon Musk, criador da companhia, anunciou a construção de um estúdio de design voltado unicamente para desenvolver carros no estilo artístico chinês. Musk afirmou que pretende “integrar a arte chinesa” nos próximos modelos e anunciou a abertura de vagas para o novo estúdio de design.
É mais um exemplo de como a arte aplicada à tecnologia pode levar a resultados não só surpreendentes, mas também de força altamente estratégica para empresas. Além disso, fica claro que a concepção de frieza e distanciamento em profissões da área é falsa. A tecnologia pode (e deve) ser, sim, muito humana e muito artística.
Extra: 3 lugares que esbanjam cultura e tecnologia para visitar em Brasília
Gostou de ver alguns exemplos de como a arte influencia na tecnologia? Aproveitamos o tema para indicar para você 3 lugares em Brasília que unem cultura e tecnologia em exposições incríveis. Aproveite que o feriado de carnaval está chegando e planeje sua visita!
1. Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
O CCBB é um dos pontos de encontro mais frequentados pelos brasilienses que são amantes de teatro, cinema e exposições artísticas. A programação do local costuma incluir exposições que vão da arte moderna à clássica. O destaque da curadoria está no uso frequente da tecnologia para proporcionar experiências cada vez mais completas para o público. Vale a visita! Se quiser conhecer o espaço, é só retirar um ingresso gratuito aqui.
2. Museu Nacional da República
Localizado no coração de Brasília, o Museu Nacional é uma visita certa para turistas na capital. A curadoria do museu é voltada principalmente para a arte moderna. E é impossível falar de arte moderna sem falar de tecnologia, não é? Durante a pandemia, o Museu Nacional está funcionando de sexta-feira a domingo, das 10h às 16h. A entrada é gratuita!
3. Planetário
O Planetário de Brasília foi reinaugurado no ano passado e é uma ótima pedida para famílias que estão buscando programações interessantes nesse feriado de carnaval! Você pode acessar o cronograma e o horário de funcionamento do local aqui. A entrada é livre!